HÁ 146 ANOS DOM VITAL PARTIA PARA A MORADA ETERNA

O relógio marcava 23:20 do dia 4 de julho de 1878 quando Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira deu seu último suspiro. Morreu em Paris, na França, a mesma França que o acolhera aos 18 anos, onde ele fez sua formação, entrou para a Ordem de São Francisco de Assis. No dia 3 de julho de 1878 Dom Vital pediu para se confessar, recebeu a unção dos enfermos, comungou e se preparou para o seu momento final. Não deixou testamento, era pobre, como pede a sua ordem que sejam os filhos de São Francisco, e assim não deixou nada para ninguém. O Servo de Deus tinha 33 anos, a mesma idade de Cristo, quando Jesus foi crucificado. Estava há 15 anos como franciscano capuchinho e há 7 como Bispo de Olinda.

Há 146 anos Dom Vital é tido como o maior nome na defesa da fé católica do Brasil. Nascido a 27 de novembro de 1844, no Engenho Aurora, em Pedras de Fogo, religioso demonstrou sua vocação para as coisas do alto desde menino. Brincava de santo, missa e procissão aos 5 anos. Aos 8 anos acompanha o Frei Serafim de Catânia numa missão em Pedras de Fogo. Torna-se capuchinho como aquele missionário do Nordeste. Aos 16 anos entra para o Seminário de Olinda, aos 18 embarca para a França, melhor centro de formação da época. Estuda Teologia e Filosofia, sendo aluno brilhante. Realiza seu sonho de entrar para a Ordem dos Frades Menores, é ordenado e retorna para o Brasil, onde é professor em São Paulo por 3 anos.

Indicado para ser Bispo de Olinda nega 3 vezes, aceitando depois da carta do Papa Pio IX – que o assegura como o nome certo para a missão. Tinha 27 anos e assumia uma Diocese cujo território abrangia 5 estados e hoje é administrado por mais de duas dezenas de Bispos. À frente do Bispado prioriza a formação e se destaca pela simplicidade. É amado pelo povo. Na luta pela defesa da fé católica enfrenta os maçons infiltrados nas Irmandades e no próprio clero. Era claro, como o Papa: “católico
não pode ser maçom nem maçom ser católico”. Seguiu antes a Cristo do que o Imperador Pedro II.

Pagou o preço como Jesus. Foi perseguido, pressionado, acusado e condenado injustamente por defender a fé da Igreja. Mas não teve medo. Lutou até o fim. Seu legado impressionou o Papa Pio IX e o sucessor Leão XIII. Cardeais, Bispos, Padres, Intelectuais, membros da nobreza, o povo de diversos países do mundo reconheceram sua postura. Seu processo de beatificação está na fase de análise pela Comissão dos Bispos e Cardeais, foi aprovado pela dos Historiadores recentemente, o que o deixa muito perto de ser declarado Venerável pela Igreja Católica. Há 146 anos que Dom Vital morreu, mas seu exemplo continua mais vivo do que nunca.

Por Jairo Alves

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