O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou sua conta oficial no X para criticar o bloqueio da rede social no Brasil. O X está inacessível no país desde o dia 30 de agosto, mas alguns usuários conseguiram acessar a plataforma na quarta-feira (18) devido a uma instabilidade no sistema.
“Parabenizo a todos que mantêm a pressão, fazendo as engrenagens da democracia girarem no Brasil. Desistir não é uma opção, e vocês são os responsáveis por alimentar um futuro próspero para nossa nação. Nos últimos dias, os brasileiros testemunharam episódios que expuseram ainda mais os graves retrocessos à liberdade no país”, publicou o ex-presidente.
Sem mencionar diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro declarou que o bloqueio do X representa “censura prévia, prática proibida pela Constituição e uma séria violação dos direitos fundamentais”.
“O X foi retirado do ar por questionar decisões judiciais que não pediam apenas a remoção de postagens, mas o apagamento permanente de perfis. Isso é censura prévia, algo vedado pela Constituição e uma grave violação de direitos fundamentais. Pior: ao banir a maior rede social do país, milhões de brasileiros foram prejudicados, sendo privados do direito à informação e à liberdade de expressão”, acrescentou.
Bolsonaro também mencionou outros casos, afirmando que “o mesmo ministro” censurou a *Folha de S.Paulo*, impedindo a publicação de uma entrevista com Filipe Martins, que ficou preso por mais de seis meses sem julgamento, acusado de acompanhar Bolsonaro em uma viagem no final do mandato. “Esse mesmo ministro transformou uma discussão trivial em uma fila de aeroporto em um ‘atentado à democracia’, colocando uma família respeitosa e cumpridora das leis sob investigação sem qualquer justificativa legal”, complementou.
Além disso, Bolsonaro apontou que a empresa Starlink, de propriedade de Elon Musk, foi “punida de forma arbitrária” e acusou a Justiça de agir de maneira seletiva.
Retorno inesperado
Usuários do X no Brasil relataram ter acessado a rede social na manhã de quarta-feira (18). Até mesmo nos computadores do STF, conectados à internet por cabo, foi possível acessar a plataforma. Questionado, o STF afirmou que não comentaria o ocorrido.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que não recebeu nenhuma ordem judicial para liberar o acesso ao X. Em nota, a agência esclareceu que não houve alteração na decisão de suspensão e que está investigando os acessos indevidos à rede. Portanto, oficialmente, o desbloqueio não ocorreu.
Com informações da CNN
