X tem até 21h29 de hoje para apresentar representante legal no Brasil, determina STF

Advogados da plataforma indicam que há expectativa de cumprimento da ordem do ministro Alexandre de Moraes. Rede social está bloqueada desde 31 de agosto.

Elon Musk e Alexandre de Moraes - Foto (Reuters)

Elon Musk e Alexandre de Moraes - Foto (Reuters)

O Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu que a rede social X tem até as 21h29 desta sexta-feira (20) para confirmar se possui um representante legal no Brasil.

O X foi suspenso no país desde o dia 31 de agosto por descumprir uma norma que obriga empresas estrangeiras a terem um representante legal em território nacional para poderem operar.

Na quinta-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes deu um prazo de 24 horas para que a plataforma comprove essa representação. Apenas após o cumprimento dessa exigência será possível avaliar o retorno do serviço ao Brasil, conforme a legislação.

Os advogados que acompanham o caso pelo lado do X afirmam que há expectativa de que a rede social atenda à determinação de Moraes até o fim do dia.

A decisão do ministro foi tomada após o X comunicar ao STF que havia contratado os advogados André Zonaro Giacchetta e Sérgio Rosenthal, de São Paulo, para representá-los em processos na Corte.

Embora não haja uma penalidade específica prevista caso o X não comprove a nomeação dos representantes até o prazo final, o STF informou que não reconhecerá os advogados como legítimos representantes nos processos caso a determinação não seja cumprida.

Em despacho na quinta-feira, Moraes destacou que o X não apresentou nenhuma evidência de que suas operações foram restabelecidas, nem de que a constituição de seus novos advogados e representantes legais no Brasil foi regularizada.

“Ainda não há qualquer prova da regularidade da X BRASIL INTERNET LTDA. em território nacional, assim como da licitude da nomeação de seus novos advogados”, afirmou Moraes.

A ausência de representantes legais foi um dos fatores que pesaram na decisão de Moraes de suspender o X em todo o país no final de agosto.

Mesmo que o X comprove sua representação legal no Brasil, o desbloqueio da rede social não será automático. Será necessária uma nova decisão do STF para restabelecer o serviço.

Tentativa de burlar o bloqueio e sinais de adequação

Ao longo da semana, o X adotou duas posturas contraditórias em relação ao Brasil: uma tentativa de contornar o bloqueio da plataforma e, ao mesmo tempo, sinais de que cumpriria as ordens do STF.

🚨 Tentativa de burlar o bloqueio

Na quarta-feira (18), usuários relataram que conseguiram acessar o X sem o uso de VPN. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) explicou que isso aconteceu porque a rede social alterou seus servidores para um novo endereço de IP, o que acabou driblando o bloqueio determinado pelas operadoras brasileiras.

A Anatel avaliou que essa manobra mostra uma intenção deliberada de descumprir a decisão do Supremo, mas as operadoras conseguiram restabelecer o bloqueio. Em resposta, Moraes impôs uma multa de R$ 5 milhões caso a rede social continue tentando contornar o bloqueio.

🏳️ Sinalizações de cumprimento das ordens

Ao ordenar a suspensão da rede social no Brasil, Moraes apontou três principais motivos:

1. A recusa do X em bloquear contas que disseminavam conteúdos criminosos ou antidemocráticos;
2. A não quitação das multas aplicadas por manter essas contas ativas;
3. O fechamento do escritório da empresa no Brasil, o que deixou a rede social sem representação legal no país.

O primeiro ponto começou a ser atendido nesta quinta-feira, com usuários relatando que contas vinculadas a esses conteúdos estavam sendo suspensas.

Quanto às multas, Moraes determinou o bloqueio de bens do X e da Starlink (outra empresa de Elon Musk) e a transferência de R$ 18,3 bilhões em ativos para a conta da União, cumprindo assim o segundo ponto.

Agora, resta cumprir o terceiro ponto, que envolve a formalização dos advogados como representantes legais do X no Brasil.

Com informações do G1

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