- 05/02/2024
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Governo de SP bloqueia acesso ao TikTok, Instagram, apps e streamings sem fins educativos em escolas estaduais
Objetivo da medida, segundo a Secretaria da Educação, é otimizar o uso de infraestrutura tecnológica para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes. Suspensão ocorre tanto na rede Wi-Fi quanto na cabeada. Pasta diz que bloqueio já estava em vigor aos estudantes desde fevereiro de 2023.
O governo de São Paulo anunciou que, a partir desta segunda (5), o acesso a diversos aplicativos e plataformas de streaming será bloqueado nas escolas estaduais — tanto no ambiente pedagógico quanto no administrativo, ou seja, para alunos e funcionários.
A Secretaria da Educação informou que o objetivo da medida é otimizar o uso de infraestrutura tecnológica para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes e que o bloqueio já estava em vigor aos estudantes desde fevereiro de 2023. (leia íntegra abaixo)
O uso de celulares em escolas tem sido amplamente debatido e estudado por especialistas em educação ao redor do mundo. Muitos educadores argumentam que os aparelhos são importantes para a divulgação de informações e que, se usados corretamente e com moderação, podem ser ferramentas no processo de aprendizado.
Mas há também, na comunidade acadêmica, a preocupação de que o uso de celulares nas escolas limite ou atrapalhe a socialização dos estudantes, além de comprometer a atenção ao que os professores ensinam em sala de aula.
Estão na lista de suspensão os seguintes aplicativos:
TikTok (app de vídeos)
Kwai (app de vídeos)
Facebook (rede social)
Instagram (rede social)
GloboPlay (streaming)
Roblox (jogo)
Netflix (streaming)
Prime Video (streaming)
X/Twitter (rede social)
Twitch (streaming)
HBO Max (streaming)
Disney+ (streaming)
Steam (download de jogos e apps)
A suspensão ocorre na rede Wi-Fi e na cabeada.
Em nota enviada ao g1, a Secretaria de Educação disse:
“A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo mantém restrito, desde 13 de fevereiro de 2023, o acesso a aplicativos e plataformas sem fins educativos em salas de aula por meio da rede de internet cabeada e Wi-Fi nas escolas. Nesta segunda-feira, dia 5 de fevereiro, a medida passou a contemplar também os ambientes administrativos, que não poderão mais acessar esses conteúdos via cabo de rede. O uso já era restrito por Wi-Fi. O objetivo da medida é otimizar o uso de infraestrutura tecnológica para o desenvolvimento pedagógico dos estudantes”.
Em agosto de 2023, depois da instalação sem consentimento de um aplicativo da Secretaria da Educação do estado de São Paulo em celulares de pais, alunos e professores da rede, a comunidade escolar afirma ter perdido o acesso a outras plataformas.
Nas redes sociais, muitos professores relataram que não estavam conseguindo mais acessar o e-mail institucional, por exemplo.
Um deles também disse que os alunos não podiam mais entrar no “Classroom”, área em que ficam as tarefas das aulas.
Questionado pelo g1, o governo de São Paulo disse que a decisão desta segunda (5), de bloquear os aplicativos, não tem relação com o erro do ano passado.
À época, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou à TV Globo não saber exatamente o que houve.
“Me parece que uma adaptação que estavam fazendo no app, houve um disparo inadequado e acabaram instalando quando não devia. Não tenho mais informações, vamos ter que apurar e superar”.
À época, em nota, a pasta informou que “instaurou um processo administrativo para apurar todas as circunstâncias relativas à instalação involuntária do aplicativo Minha Escola.
A falha ocorreu durante um teste promovido pela área técnica da Pasta em dispositivos específicos da Seduc. Essas contas são institucionais e destinadas ao uso pedagógico e profissional, sendo gerenciadas pelo departamento técnico, e foi apenas utilizada pela Pasta, sem qualquer informação pessoal sendo incluída”.
Um problema similar ocorreu no Paraná, em novembro do ano passado, quando o secretário da Educação paulista, Renato Feder, ainda era chefe da Educação no estado do Sul.
De uma hora para outra, um aplicativo da secretaria apareceu em celulares de professores e alunos de rede pública do estado. Naquela ocasião, a pasta também disse que foi um erro.