- 13/10/2024
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Trump na presidência pode atrair dólares ao Brasil, diz Eurasia
Uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos em novembro pode gerar impactos econômicos globais significativos, e o Brasil estaria entre os possíveis beneficiados por essas mudanças.
Essa é a análise de Jon Lieber, chefe de pesquisa e diretor para os Estados Unidos do Eurasia Group, uma das mais renomadas consultorias de risco no mundo. Durante um evento organizado pelo banco Itaú em São Paulo, Lieber concedeu entrevista ao jornal *O Estado de S. Paulo*, onde discutiu os possíveis cenários econômicos a partir de 2025.
“Se Kamala Harris vencer, haverá continuidade das políticas do governo Biden. No entanto, o retorno de Trump ao poder teria impactos relevantes na economia global, sobretudo na inflação e no crescimento econômico”, destacou Lieber.
Segundo o analista, Trump aparece como “levemente favorito” na disputa eleitoral. Caso seja reeleito, ele deverá retomar suas políticas protecionistas, com foco em aumentar as barreiras comerciais e endurecer as regras de deportação de imigrantes ilegais — medidas que, conforme Lieber, formariam um “mix inflacionário”.
Essas ações, argumenta o especialista, podem provocar uma fuga de capitais dos Estados Unidos, o que incentivaria empresas americanas a direcionar investimentos para mercados emergentes, como o Brasil, em virtude do seu vasto mercado consumidor.
Lieber também foi questionado sobre o impacto da disputa comercial entre Estados Unidos e China no Brasil. Ele alertou que esse é um “problema global crescente”.
Ele explicou que os Estados Unidos consomem mais do que produzem, o que os obriga a importar mais produtos. Já a China, que produz mais do que consome, busca exportar o excedente.
“Se os Estados Unidos aumentarem as barreiras comerciais, esse desequilíbrio precisará ser ajustado em outros mercados, como o Brasil e a União Europeia. Muitos países estão recusando produtos chineses, o que reduz os destinos para as exportações da China”, detalhou Lieber.
O especialista também ressaltou que o Brasil tem elevado suas próprias barreiras comerciais, o que representa um desafio adicional para os chineses.
Com informações da Gazeta do Povo