- 02/11/2024
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Brasil e Venezuela em rota de colisão: novo ataque de Maduro intensifica crise diplomática
O governo de Nicolás Maduro voltou a mirar o Brasil em suas críticas neste sábado (2/11), após a diplomacia brasileira divulgar uma nota condenando a escalada de agressões retóricas por parte do regime venezuelano. No comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, afirmou que o “tom ofensivo” utilizado por Caracas configura um ataque direto e injustificado ao país.
Esse episódio ocorre um dia depois que o Itamaraty reprovou oficialmente o discurso de Maduro, em resposta a uma série de declarações provocativas do governo venezuelano. A tensão entre os países se acirrou especialmente após o veto do Brasil à entrada da Venezuela no bloco dos BRICS. Maduro, que participou da última cúpula do grupo na Rússia, obteve apoio do presidente Vladimir Putin para a inclusão do país sul-americano no clube de nações emergentes. Contudo, a posição brasileira foi contrária, intensificando o atrito diplomático.
Desde que o governo brasileiro optou por não reconhecer a reeleição de Maduro, em meio a denúncias de falta de transparência e questionamentos sobre os dados das atas eleitorais, o distanciamento entre Brasília e Caracas vem crescendo. A administração de Lula (PT), que já teve uma relação estreita com o regime chavista, hoje adota uma postura cautelosa, mantendo distância das decisões autoritárias que pautam o governo venezuelano.
Neste sábado, o pronunciamento do governo Maduro elevou o tom, acusando o Brasil de manipular a opinião pública internacional e de “fingir-se de vítima em uma situação em que claramente atuou como vitimizador”. A fala intensifica o clima de hostilidade iniciado com a publicação, na última quinta-feira (31/10), de uma imagem nas redes sociais da Polícia Nacional Bolivariana, onde o presidente Lula aparece ao lado da bandeira brasileira, acompanhada da frase ameaçadora: “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”.
Além disso, no dia 26/10, o Ministério Público da Venezuela lançou uma acusação sem provas contra Lula, alegando que ele teria simulado um acidente doméstico para não comparecer à cúpula dos BRICS. A postura venezuelana vem sendo vista como uma tentativa de desestabilizar a relação diplomática entre os dois países, aumentando o clima de animosidade.
Na sexta-feira (1/11), o Itamaraty reafirmou que a opção por “ataques pessoais e escaladas retóricas” não corresponde ao tratamento respeitoso que o Brasil mantém com a Venezuela e seu povo. A declaração brasileira sinaliza a disposição em preservar a cordialidade diplomática, ao mesmo tempo que endurece a crítica aos ataques públicos promovidos por Caracas.
Com informações do Metrópoles