• 02/02/2025
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Conflito anunciado: torcidas organizadas de Sport e Santa Cruz premeditaram violência no Grande Recife

Conflito anunciado: torcidas organizadas de Sport e Santa Cruz premeditaram violência no Grande Recife

Uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco revelou detalhes alarmantes sobre a violência entre torcidas organizadas de Sport e Santa Cruz no último sábado (1º), dia do Clássico das Multidões. O relatório da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva (DPRIE), ao qual o Diario de Pernambuco teve acesso com exclusividade, aponta que os confrontos foram cuidadosamente planejados, resultando em pânico nas ruas do Grande Recife, com saldo de 12 feridos e 20 detidos.

Brigas marcadas pelas redes sociais

O documento revela que as torcidas usaram perfis em redes sociais para organizar os embates, conhecidos como “pistas” – confrontos violentos entre facções rivais. A premeditação ficou evidente em publicações monitoradas pela polícia, como uma faixa estendida em um viaduto com a ameaça: “Sábado vai jorrar sangue”. Além disso, postagens relembravam mortes e agressões passadas, acirrando ainda mais os ânimos.

A expectativa para os confrontos era grande, e os grupos chegaram a fabricar bombas caseiras e armas improvisadas com pregos para potencializar os ferimentos nos rivais. Além disso, o relatório aponta que os envolvidos também tinham a intenção de depredar bens públicos e privados durante o deslocamento para o estádio.

A camisa como troféu e a logística das agressões

Os bandos que participam desses confrontos são conhecidos como “bondes” e começam a se formar nos bairros, agregando mais integrantes ao longo do caminho até atingirem um grande número de participantes. Muitos deles sequer possuem ingresso para o jogo – saem às ruas apenas para protagonizar atos violentos.

Um dos símbolos da rivalidade é a subtração da camisa do adversário, tratada como um “troféu” pelos agressores. Para armazenar armas e artefatos explosivos, os grupos utilizam veículos de apoio, incluindo carros e motocicletas, que também servem como meio de fuga diante da repressão policial.

A reincidência desse tipo de conflito já resultou em homicídios nos últimos anos. Em 2020, a Justiça decretou a extinção das três principais torcidas organizadas do estado, mas os grupos burlaram a decisão e passaram a atuar com novos nomes.

Reação das autoridades e punições

Diante da escalada da violência, o governo de Pernambuco adotou medidas enérgicas. Para reforçar a segurança no Clássico das Multidões, foram destacados 680 policiais militares, que monitoraram vias de acesso, estações de metrô e terminais integrados. Mesmo assim, confrontos foram registrados nos bairros da Iputinga, Torre e Madalena, no Recife, além de Paulista e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana.

Após a partida, a governadora Raquel Lyra (PSDB) anunciou que os próximos cinco jogos de Sport e Santa Cruz ocorrerão sem público. “Vimos cenas lamentáveis de selvageria e barbárie. Pessoas travestidas de torcedores praticaram crimes e espalharam terror na cidade”, declarou a chefe do Executivo estadual.

A decisão busca conter a violência, mas especialistas alertam que a repressão precisa vir acompanhada de medidas mais amplas, como investigações aprofundadas e punições efetivas aos responsáveis pelos atos criminosos.

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