Fevereiro marca a estreia do curta-metragem “O Enterro de Biu” em Lagoa de Itaenga

Após envolver e arrancar risadas do público em sua estreia no cinema do Shopping Carpina, o curta-metragem O Enterro de Biu, escrito e dirigido pelo cineasta itaenguense Henrique Almeida, chega a Lagoa de Itaenga. O filme será exibido gratuitamente no Cineteatro Geração Futuro, em cinco sessões especiais, antes de seguir para mostras e festivais de cinema pelo Brasil. As exibições acontecerão nos dias 10, 14, 15, 26 e 27 de fevereiro, em diferentes horários, na programação do cineclube CineGrração (a programação completa no Instagram @agenciapavao).

Baseado em relatos de antigos moradores, o curta de ficção apresenta, com humor, o velório de Biu, um personagem típico do interior de Pernambuco que morre inesperadamente enquanto bebe com amigos em um bar. A partir desse acontecimento inusitado, a história se desenrola com uma mistura envolvente drama e comédia. As cenas foram gravadas em sítios da Zona Rural de Lagoa de Itaenga e recriam, com riqueza de detalhes, o ambiente de uma casa e de uma bodega da década de 1980.

O elenco conta com atores profissionais e, em sua maioria, estreantes da própria cidade. A atriz Natália Andrade interpreta Olimpra, a viúva de Biu, enquanto o veterano Paulo Cézar dá vida a Zé Silveira, o fiel amigo do protagonista. Para Natália, que tinha experiência apenas no teatro, o desafio foi imenso, mas gratificante. “Foi um grande esforço chegar a esse resultado. A sensação de ver o filme finalizado é maravilhosa. Fazer arte no Brasil é um ato de resistência. Esse é meu primeiro trabalho no cinema, e foi um aprendizado enorme”, compartilha a atriz.

Paulo Cézar Freire também expressa sua satisfação com o projeto: “O filme me surpreendeu e superou minhas expectativas. A comédia dialoga com diferentes públicos, e os personagens têm um carisma especial que os conecta à audiência. O elenco estava muito alinhado”, destaca o ator.

Uma produção independente e cheia de significado

O curta-metragem foi idealizado e produzido pelo jornalista e cineasta Henrique Almeida, que apostou no projeto como forma de valorização da cultura local. De origem humilde, Henrique investiu, ao lado de amigos, na criação de uma produtora audiovisual, que hoje conta com estúdio próprio e uma base de edição e criação. Ator de formação, ele se especializou em jornalismo e há mais de vinte anos atua no teatro, e há mais de dez no audiovisual e na comunicação.

O Enterro de Biu é seu primeiro curta-metragem de ficção como roteirista e diretor. “Escrevi o primeiro rascunho dessa história em 2011, inspirado nas memórias da minha mãe. Ela sempre contava histórias fascinantes, e um dos temas que me chamou a atenção foi a forma como os velórios aconteciam antigamente. Isso me motivou a pesquisar, ouvir moradores antigos e buscar referências na literatura, até encontrar um tom cômico que se encaixasse numa realidade possível de realização no audiovisual. Depois de mais de uma década, o projeto finalmente saiu do papel”, revela o cineasta.

O diretor celebra a realização do curta, ressaltando sua importância para o cenário audiovisual da região. “Esse filme representa muito para mim. É a prova de que podemos produzir conteúdos audiovisuais dentro do nosso próprio contexto, fortalecendo a cadeia produtiva com os recursos que temos. Ver o filme finalizado no nível em que foi produzido é motivo de orgulho e celebração”, afirma Henrique.

A construção do filme e o talento do interior

A produção de O Enterro de Biu foi viabilizada após a aprovação no edital da Lei Paulo Gustavo em Pernambuco. Os trabalhos começaram em junho do ano passado, com as filmagens ocorrendo em outubro e em janeiro deste ano.

O diretor de imagem, Marivaldo Silva, destaca a relevância da obra para a cena audiovisual do interior: “Foi nossa primeira experiência com cinema de ficção, e ver esse trabalho pronto nos enche de gratidão. Mostramos que o interior tem potencial, profissionais talentosos e um elenco preparado para produções cinematográficas. O que falta é um olhar mais atento para o que produzimos aqui”, enfatiza.

O filme conta com uma trilha sonora autoral, interpretada pelo poeta Anderson Miguel e pelo rabequeiro Micael Antônio, além de composições do cantor Júnior Neto. A direção de fotografia é assinada por Marivaldo Silva, direção de arte de Fábio Santana, imagens de Carlão, som direto de Wesley, montagem de Márcio Ribeiro e produção executiva de Natiele Júlia. A realização ficou a cargo da produtora Pavão Comunicação e Produção Audiovisual.

No elenco, além de Natália Andrade e Paulo Cézar Freire, também estão Sivaldo Lemos, Albert Tenório, Betania Oliveira e Eudes Nascimento, que dão vida a personagens marcantes dessa comédia que promete divertir o público.

Veja algumas fotos do projeto: