- 04/04/2025
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PSDB Denuncia “Extrema Deslealdade” Após Debandada de Prefeitos e Vice-Governadora em Pernambuco
A Executiva Nacional do PSDB classificou como um “ato de extrema deslealdade” a debandada coletiva de 32 prefeitos eleitos pelo partido em Pernambuco, além da vice-governadora Priscila Krause, após intervenção nacional que destituiu a presidência estadual da legenda. A decisão veio em resposta à crescente influência externa exercida pelo governo da governadora Raquel Lyra, ex-membro do PSDB que recentemente se filiou ao PSD.
O interventor nomeado para o diretório estadual foi o deputado Álvaro Porto, presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Após assumir o comando, Porto anunciou que o PSDB não faz mais parte da base de apoio da governadora. Ele afirmou que a intervenção foi necessária para garantir a independência do partido frente ao governo estadual.
Até as eleições de 2024, o PSDB era a sigla com maior número de prefeituras no estado. Agora, o partido perdeu todas elas. A migração de Priscila Krause, que havia se filiado ao PSDB há menos de um mês, também gerou polêmica. Na época das eleições, os prefeitos beneficiados com recursos do fundo eleitoral tucano foram acusados de traição por deixarem a legenda em massa.
Em nota oficial, a Executiva Nacional do PSDB destacou que, apesar da debandada, a medida já era esperada e faz parte de uma estratégia para reorganizar o partido visando às eleições de 2026. “A nova direção está comprometida em preparar o PSDB para participar da chapa majoritária — tanto para o governo quanto para o Senado — e também para formar uma chapa competitiva de candidatos a deputado federal e estadual”, afirmou o comunicado.
Reações e Justificativas
Os membros que deixaram o PSDB publicaram uma carta conjunta criticando a intervenção, qualificando-a como “injustificável” e “sem legitimidade política”. Eles argumentaram que a decisão contraria os princípios históricos do partido, como o respeito às regras, decisões colegiadas e o diálogo democrático.
Priscila Krause reiterou essas críticas em um comunicado pessoal, afirmando que a intervenção é “um ato que não dialoga com a democracia”. No entanto, ela destacou que seu grupo político segue unido sob a liderança da governadora Raquel Lyra, reforçando a narrativa de “time da mudança”.
Já Raquel Lyra, procurada pelo g1, preferiu não comentar o assunto. No entanto, aliados afirmam que a governadora tentava manter controle sobre o PSDB por meio de sua vice, Priscila Krause, mesmo após sua saída para o PSD.
Conflitos Políticos e Tensões Partidárias
A intervenção expôs tensões entre diferentes grupos políticos em Pernambuco. Álvaro Porto, cuja afinidade é com o grupo adversário liderado pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), chegou a criticar duramente Raquel Lyra em áudios vazados, onde disse que ela “conversou merda demais”. A governadora respondeu, acusando-o de violência política.
A disputa reflete um cenário de polarização crescente na política local, com o PSDB tentando se reposicionar enquanto outros partidos buscam consolidar suas bases. Para especialistas, a crise interna no PSDB pode ter impactos significativos nas próximas eleições, especialmente no contexto das disputas municipais e estaduais.
