- 27/01/2025
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Brasil exige respeito a deportados pelos EUA, diz Lewandowski
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta segunda-feira (27), em São Paulo, que, embora a deportação de brasileiros pelos Estados Unidos esteja prevista em um tratado bilateral, essa prática deve ser conduzida com respeito aos direitos humanos e dignidade.
Lewandowski criticou a maneira como 88 brasileiros foram tratados ao serem deportados na última sexta-feira (24). Segundo ele, os deportados chegaram a Manaus em uma “situação dramática”, submetidos a condições que classificou como “absolutamente inaceitáveis”.
“A reação do governo brasileiro foi muito sóbria”, destacou o ministro, referindo-se à decisão de exigir a retirada das algemas dos passageiros. “Não queremos provocar o governo americano. A deportação está prevista em um tratado vigente há anos, mas precisa respeitar os direitos fundamentais das pessoas, especialmente daquelas que não cometeram crimes.”
Lewandowski participou de um almoço-palestra promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e reforçou o posicionamento brasileiro. “Não buscamos confronto, mas exigimos que nossos compatriotas, trabalhadores inocentes, sejam tratados com a dignidade que merecem”, enfatizou. O tema também foi levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião ainda nesta segunda-feira, em Brasília.
Condições desumanas e reação rápida
No sábado (25), uma aeronave com 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos pousou em Manaus após enfrentar problemas técnicos. O ministro relatou que os passageiros estavam acorrentados pelas mãos e pés, sem alimentação, acesso a banheiros ou possibilidade de desembarque, mesmo sob o forte calor.
Lewandowski recebeu a notícia da situação logo cedo e acionou o presidente Lula, que determinou medidas imediatas. Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) foi enviada a Manaus para buscar os deportados e transportá-los a Belo Horizonte, após a retirada das algemas.
“A situação gerou forte comoção, mas a resposta do governo foi firme. O presidente Lula agiu prontamente para garantir o mínimo de dignidade aos brasileiros”, concluiu o ministro.