- 11/11/2023
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Briga entre os irmãos Gomes: Justiça devolve cargo de Cid e ala de Ciro ameaça expulsar senador
Após ter saído derrotado de encontro do PDT no Rio de Janeiro, o senador Cid Gomes deu uma resposta à ala de seu irmão, o candidato à Presidência nas eleições do ano passado Ciro Gomes, e acionou a Justiça para retomar o cargo de presidente do diretório estadual do partido no Ceará. Como resultado, a 3ª Vara Cível da comarca de Fortaleza expediu uma liminar que suspende o processo ético-disciplinar interno instaurado contra o senador, assim como a intervenção da Executiva nacional.
Após mais uma vitória judicial de Cid, o presidente nacional do PDT, André Figueiredo, afirmou que um processo de expulsão será formalizado.
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“Vamos denunciar os ditames ditatoriais da Justiça do Ceará ao CNJ, na segunda. Faz os caprichos de um político, que se acha poderoso. E agora, vamos abrir processo de expulsão contra o senador Cid Gomes. Não íamos fazer isso. Agora, nós vamos”, afirmou o aliado de Ciro ao portal CN7, sobre liminar concedida pelo desembargador juiz Cid Peixoto do Amaral Neto.
Os ataques proferidos contra Neto fez com que a Associação Cearense de Magistrados (ACM) expedisse uma nota de repúdio. No pronunciamento, o grupo afirmou ser inadmissível “o uso de órgãos correcionais como forma de intimidar magistradas e magistrados cearenses”.
A queda de braço travada entre Figueiredo e Cid não data de hoje. Desde o ano passado, as alas dos dois divergem sobre o apoio ao PT. De um lado, o senador pleiteou que o partido estivesse com Lula e Elmano de Freitas durante o pleito e defende que a sigla seja base dos dois. Do outro, o aliado de Ciro afirma que a sigla deve ficar na oposição em relação ao governador do Ceará.
A tensão entre os dois polos escalonou neste ano, quando Figueiredo destituiu a Executiva do Ceará, dando início a uma série de batalhas judiciais que desativaram e reativaram o posto de Cid.
No último dia 27, em um encontro no Rio de Janeiro, a interferência local foi comunicada. Na ocasião, Ciro e Cid entraram em uma discussão calorosa, e quase chegaram as vias de fato. Nesta semana, as duas alas se reuniram: Cid aproveitou que o afastamento ainda não havia sido formalizado e concedeu anuência — medida que permite a saída do partido — a 18 deputados federais. No mesmo dia, o grupo de Ciro anulou as cartas. o que já virou tema de mais uma batalha judicial.
Iniciada nas eleições do ano passado, a guerra interna entre Cid e Ciro já levou à desfiliação de 12 políticos.
Agência O Globo