- 25/11/2024
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Deputados de Esquerda Criticam Selic e Banco Central, Mas Lucram no Mercado Financeiro
Deputados de partidos de esquerda conhecidos por discursos críticos ao mercado financeiro e ao capitalismo possuem, na prática, consideráveis fortunas investidas em ativos financeiros. Levantamento feito com base nas declarações de bens enviadas à Justiça Eleitoral mostra que os parlamentares do PSOL, PCdoB, Rede, PV, PSB e PT acumulam juntos R$ 22,9 milhões aplicados em ações, renda fixa e outros instrumentos financeiros.
Destaque nesse grupo, os socialistas do PSB concentram R$ 17,1 milhões em investimentos, o que representa a maior fatia entre os partidos mencionados.
Contradições no Discurso
Apesar de criticarem frequentemente o Banco Central, a política de juros e o funcionamento do sistema financeiro, muitos desses parlamentares adotam uma postura prática no gerenciamento de suas finanças pessoais. Investem sem restrições em ações, Tesouro Direto, fundos imobiliários e CDBs, se beneficiando de rendimentos proporcionados pela alta taxa Selic.
Exemplos emblemáticos incluem Renildo Calheiros (PCdoB-PE), com R$ 562 aplicados; Márcio Jerry (PCdoB-MA), que possui R$ 80,2 mil em investimentos; e Alice Portugal (PCdoB-BA), que soma R$ 7,8 mil no mercado financeiro.
Petistas Também Aproveitam os Juros Altos
No PT, partido historicamente alinhado a críticas ao sistema bancário, os deputados declararam R$ 3,3 milhões aplicados, em sua maioria, em ativos de renda fixa. Um destaque é Benedita da Silva (PT-RJ), que declarou R$ 555.976,78 em aplicações financeiras.
Entre o Discurso e a Prática
A incoerência entre discurso e prática desses parlamentares levanta questionamentos sobre o real alcance de suas críticas ao capitalismo e ao mercado financeiro. Enquanto nos palanques políticos são frequentes os ataques aos “banqueiros” e ao sistema financeiro, fora deles, os mesmos aproveitam as oportunidades que ele oferece para ampliar seu patrimônio pessoal.