• 01/02/2024
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“E o discurso dela, eu entendi nada. Conversou merda demais e não disse nada”, afirmou Álvaro Porto.

“E o discurso dela, eu entendi nada. Conversou merda demais e não disse nada”, afirmou Álvaro Porto.

Álvaro Porto não comentou o episódio, nem se falou em pedido de desculpas

A visita da governadora Raquel Lyra e um discurso em defesa de seu governo, em meio à polêmica gerada com uma ação no STF contra trechos da lei de diretrizes orçamentárias, na abertura dos trabalhos legislativos, nesta quinta-feira, acabou em constrangimento para a gestora pública e para o próprio presidente do Poder Legislativo, Álvaro Porto (PSDB), no encerramento dos trabalhos do dia. Com o microfone ainda aberto, Porto criticou a governadora do PSDB, usando uma palavra de baixo calão para classificar o discurso.

“E o discurso dela, eu entendi nada. Conversou merda demais e não disse nada”, afirmou Álvaro Porto.

Participaram da solenidade o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), a governadora Raquel Lyra (PSDB), a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), secretários estaduais e as bancadas do legislativo.

Mais cedo, o blog de Jamildo já havia revelado que o clima não era dos mais agradáveis com a presença da governadora no evento, após ela apresentar ADI no Supremo Tribunal Federal contra a Alepe pedindo a derrubada de trechos da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) de 2024.

No início dos trabalhos, Raquel e Priscila foram cumprimentadas cordialmente pelos parlamentares ao desembarcarem na Casa. Os discursos realizados na sessão, por sua vez, foram pautados majoritariamente pelo “diálogo”.

“Essa casa é território do diálogo e do entendimento. E segue mobilizada em favor de uma sociedade justa, igualitária e solidária. Além de legislar e fiscalizar, a Alepe continuará trabalhando para assegurar direitos para a população pernambucana”, disse o presidente Álvaro Porto, cumprimentando Raquel e Priscila ao voltar para a mesa, antes da suposta gafe.

A fala foi feita ao lado de integrantes da mesa enquanto a governadora deixava o plenário da Assembleia Legislativa. Um interlocutor não identificado ao lado do presidente da Alepe ironizou o discurso da gestora, afirmando que “deveria ter perguntado onde é esse estado”. “Eu também queria saber”, disse Álvaro, antes de perceber que o microfone estava aberto. “Está aberto aqui (o som), posso até perguntar”.

Raquel não citou a ação no Supremo Tribunal Federal, e usou seu discurso para destacar ações governamentais entregues em 2023, seu primeiro ano de governo.

A governadora Raquel Lyra também falou em diálogo no seu discurso, afirmando respeitar a Assembleia Legislativa.

“Diálogo e respeito entre os poderes são valores fundamentais para a democracia. Mas não se deve atribuir isso a significados de concordância total e permanente. O nosso sistema é democrático justamente porque constitui várias vozes, que ao fim buscam um resultado único. Respeito profundamente o Legislativo estadual e deixo registrado, para juntos fazermos de 2024 um ano de mais mudanças para melhor”, afirmou a governadora.

A líder da oposição, deputada Dani Portela (PSOL), referenciou processos judiciais impetrados pelo Executivo contra o Legislativo. Sem citar diretamente a ADI de Raquel no STF, ela afirmou que fica “sabendo pela imprensa (referência ao blog de Jamildo) das notícias vindas do Executivo”.

“O Judiciário é uma via de resolução de alguns conflitos, não pode sobrepor o diálogo político e a construção. Essa casa está aberta à construção, ao diálogo. É o parlamento, vem de parlar, de falar, de conversar, construir, dialogar, e como líder da oposição, essa casa nunca faltou nos momentos importantes. Quero reforçar as palavras do presidente Álvaro Porto, falar da necessidade de ampliar o diálogo”, disse Dani Portela, que também cumprimentou Raquel e Priscila na mesa.

Álvaro Porto não comentou o episódio, nem se falou em pedido de desculpas. Apenas o aliado e deputado de oposição ao governo Alberto Feitosa comentou a visita, sob sua ótica. As palavras deixam claro que a entrada com a ação no STF ficou atravessada na garganta.

“Raquel vai a Alepe, não fala sobre a ação que moveu contra a Casa Legislativa, usa a tribuna pra fazer discurso, mantém uma postura de arrogância em uma fala trabalhada na defesa própria e tenta transformar as críticas que têm recebido dos parlamentares e dos pernambucanos, que a coloca como a pior governante do país, em disputa partidária. A mensagem que fica no Plenário: 2024 será mais…do mesmo na relação dela com a Assembleia Legislativa.”, afirmou o deputado e coronel Alberto Feitosa.

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