- 20/11/2022
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Homem passa 24 horas preso em Pernambuco por ter nome parecido com o de suspeito de estupro em Tocantins
Gilmar Mariano da Silva Souza, de 47 anos, foi preso em Ferreiros, na Zona da Mata Norte, na última sexta (18), libertado após audiência de custódia, neste sábado (19).
Um homem passou 24 horas em uma cela por causa de engano no cumprimento de um mandado de prisão, em Pernambuco. O fato aconteceu porque um auxiliar de serviços gerais, morador da Zona da Mata Norte do estado, tem um nome bem parecido com o de um suspeito de estupro, em Tocantins.
Gilmar Mariano da Silva Souza, de 47 anos, foi capturado, na sexta (18), em casa, em Ferreiros. No último sábado (19), a Justiça pernambucana determinou a libertação dele, reconhecendo que “a pessoa apresentada na audiência de custódia não se trata daquela a que se busca prender”.
O caso de Gilmar foi acompanhado desde o início pelo advogado Gilderson Correia. Em entrevista ao g1, o defensor afirmou que o erro partiu da Justiça do Tocantins, que cumpriu o mandado contra o seu cliente, mesmo com diferença no nome dele em relação ao do suspeito de ter praticado o crime.
“O Gilmar daqui de Pernambuco tem Mariano no nome. O suspeito do estupro de vulnerável em Tocantins não é Gilmar Mariano. Além disso, a mãe do Gilmar de Pernambuco tem Souza, com z, enquanto a mãe do outro Gilmar tem Sousa, com s. As duas têm o mesmo nome, que Maria da Conceição”, declarou.
Tudo começou na sexta, quando equipes da Polícia Civil pernambucana cumpriram o mandado de prisão expedido pela 1º Vara Criminal de Colina de Tocantins.
Segundo o advogado, Gilmar Mariano foi levado para uma cela na delegacia de Nazaré da mata, na mesma região,, onde ficou à espera da audiência de custódia.
“Ele ficou sem tomar água e sem comer. Ele é um trabalhador e nunca foi até Tocantins. Sempre morou na região de Ferreiros. É muito humilde e não tem nem celular”, afirmou Gilderson Correia.
Neste sábado, Gilmar foi levado para a audiência de custódia, em Nazaré da Mata, onde funciona o polo do plantão do Judiciário na área.
No site do Tribunal de Justiça de Pernambuco é possível acompanhar a tramitação do caso. Um documento expedido pelo juiz Iarly José Holanda de Souza comprovou a expedição do alvará de soltura de Gilmar Mariano.
No texto, ele informou que a pessoa apresentada na audiência não era a que se busca prender. “São pessoas de nome similares, contudo, diferem no nome Mariano, no nome do pai, no RG e CPF, data de nascimento e naturalidade”, afirmou.
Ainda segundo o texto da decisão, o juiz afirmou que constatou a como “ilegal a prisão efetuada”. Diante disso, informou que “deixou de homologá-lá, relaxando a prisão do preso apresentado nesta custódia”.
Por fim, o magistrado determinou a soltura de Gilmar Mariano. “Expeça-se alvará. Dê-se ciência ao Juízo que expediu o mandado de prisão para fins de retificar o mandado”, escreveu o juiz.
Diante do que aconteceu, o advogado de Gilmar Mariano afirmou que vai entrar com uma ação contra o Judiciário do estado de Tocantins.
“Ele iria pagar por uma coisa muito grave e poderia até pegar mais de dez anos de cadeia por um crime que não cometeu”, declarou.
O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Tocantins, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. Também procurou a Polícia Civil de Pernambuco e aguarda a resposta.