- 26/10/2024
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Israel encerra ataque ao Irã, que minimiza danos; tensão permanece no Oriente Médio
Israel declarou neste sábado (26) que encerrou seu ataque retaliatório ao Irã, após bombardeios que duraram cerca de três horas e usaram caças F-15 e F-16. Em resposta, o governo iraniano afirmou que os danos foram limitados, com quatro militares mortos, e alertou que tem o “direito e dever” de reagir a qualquer agressão estrangeira. Tel Aviv advertiu que uma tréplica iraniana seria respondida à altura.
De acordo com o almirante Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, o ataque focou em instalações de produção de mísseis iranianos, que seriam responsáveis pelos disparos direcionados a Israel ao longo do último ano. “Se o regime iraniano cometer o erro de iniciar uma nova escalada, seremos obrigados a responder”, afirmou Hagari, em tom ameaçador.
Esse último confronto ocorre como desdobramento do bombardeio de mísseis promovido pelo Irã no início de outubro, o segundo ataque direto do país persa a Israel, repetindo uma ação semelhante realizada em abril. Na ocasião, Israel retaliou alvejando áreas próximas de instalações nucleares iranianas, deixando claro o recado.
Suspense e Manobras Diplomáticas
Israel, que recebeu apoio logístico dos Estados Unidos para essa nova ação, optou por alvos militares e evitou atingir pontos civis ou econômicos, em aparente resposta proporcional ao último ataque iraniano. Washington, preocupado com uma possível escalada, posicionou forças adicionais na região e realizou exercícios militares em uma clara demonstração de apoio a Tel Aviv, mas evitou participação direta.
Segundo a imprensa iraniana, os ataques israelenses atingiram centros militares e de radares em Teerã, Khuzestão e Ilam. Apesar das explosões em várias áreas, o Irã minimizou os impactos, afirmando que as “defesas aéreas interceptaram com sucesso” parte dos ataques e que a aviação comercial foi retomada no início da manhã. Mesmo com o fim temporário dos bombardeios, empresas aéreas ainda cancelaram voos sobre a região.
O Papel do Hamas e a Instabilidade na Região
O conflito entre Irã e Israel agravou-se desde o mega-ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que tirou a vida de 1.170 israelenses e sequestrou mais de 250 pessoas. O ataque levou o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu a iniciar uma guerra punitiva com apoio da ala mais conservadora de Israel, em uma tentativa de uma ofensiva regional contra forças financiadas pelo Irã.
A resposta israelense incluiu a devastação da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, e resultou na morte de quase 43 mil palestinos, levando a graves acusações de crimes de guerra contra Israel. Além disso, o país intensificou as investidas contra o Hezbollah, aliado estratégico do Irã no Líbano, chegando a matar seu líder, Hassan Nasrallah, e a bombardear suas posições.
Enquanto isso, o próprio Irã tenta evitar uma escalada direta, em parte devido às suas dificuldades internas, como crises econômicas e o aumento de protestos populares. A recente morte do presidente Ebrahim Raisi, que seria o sucessor do líder supremo Ali Khamenei, trouxe ainda mais instabilidade para o país.
Reações Internacionais
A ação israelense despertou críticas de países árabes, como Arábia Saudita e Qatar, além de um posicionamento preocupado da Rússia e do secretário-geral da ONU, António Guterres. Em declaração, o presidente americano Joe Biden disse esperar que a ofensiva represente o “fim” da troca de ataques entre Irã e Israel, uma expectativa compartilhada por analistas regionais que veem cautela entre os rivais para evitar uma escalada sem controle.
Com informações da Folha de São Paulo