- 19/11/2023
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Javier Milei derruba peronismo e é eleito presidente da Argentina
O candidato de direita Javier Milei, 53 anos, da coalizão La Libertad Avanza, venceu o 2º turno das eleições presidenciais da Argentina neste domingo (19.nov.2023). O libertário derrotou o representante peronista Sergio Massa (Unión por la Patria).
Com 95,84% das urnas apuradas, Milei aparece com 55,78% dos votos válidos, contra 44,21% do atual ministro da economia argentino.
A posse do argentino será em 10 de dezembro, sucedendo o atual presidente Alberto Fernández.
Sergio Massa reconheceu a derrota nas eleições presidenciais e ligou para dar os parabéns para Javier Milei. O discurso de Massa foi feito antes da divulgação dos resultados oficiais do 2º turno.
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QUEM É JAVIER MILEI
Há cerca de 2 anos, Javier Milei, 53 anos, não era uma personalidade política conhecida na Argentina. Nascido em 22 de outubro de 1970 em Buenos Aires, o economista formado pela Universidade de Belgrano atuou como professor em instituições de ensino superior. Ele é filho de uma dona de casa e de um motorista de ônibus que se tornou empresário de transportes.
Costuma dizer que, na infância, foi goleiro do Chacarita Juniors, um clube de futebol argentino. Depois de se formar em economia, Milei fez duas pós-graduações na área, cursadas no Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social e na Universidade Torcuato di Tella. O argentino trabalhou em consultorias como a de Miguel Broda, um dos mais conhecidos economistas da Argentina. Também atuou como economista sênior do HSBC na Argentina e como assessor econômico do militar e ex-deputado Antonio Domingo Bussi, acusado de crimes “contra a humanidade” cometidos quando foi governador de Tucumán.
O economista também integra o B20 (Business 20), grupo de diálogo relacionado ao G20 para o setor empresarial, e o Fórum Econômico Mundial. Milei se diz discípulo da Escola Austríaca, linha do liberalismo econômico difundida a partir do século 19. É autor de 8 livros. Escreveu “Desvendando a mentira keynesiana: Keynes, Friedman e o triunfo da Escola Austríaca”, com prefácio do ex-ministro de Economia Ricardo López Murphy.
O argentino foi acusado de plágio em seus livros “Pandenomics” e “El camino del libertario”, no prólogo do livro “4000 años de controles de precios y salarios” e em artigos publicados nos jornais El Cronista e Infobae. Em 2021, Milei ganhou destaque na cena política argentina depois que ele e seus aliados do La Libertad Avanza conquistaram 5 cadeiras da Câmara nas eleições legislativas. Na cidade de Buenos Aires, a coalizão recebeu 310 mil votos (ou 17% do total), terminando a eleição em 3º lugar. Na época, o argentino já declarava ter pretensão de se eleger presidente.
A partir disso, a popularidade do economista começou a crescer ainda mais com suas participações em programas de TV e rádio, nos quais Milei chamava os políticos da Argentina de “ratos” que formam uma “casta parasita”. Ele passou a se apresentar como alguém distante do sistema político tradicional e ganhou visibilidade nas redes sociais. Ele também diz ser “anarcocapitalista” e “libertário”. Milei diz representar os argentinos insatisfeitos com a instabilidade econômica no país. A Argentina tem uma inflação anual de 142,7%, juros de 133% ao ano e quase metade da população na linha da pobreza.
Milei foi crescendo nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais argentinas e acabou vencendo as primárias de agosto que determinou os 5 candidatos que disputariam o 1º turno. Ele recebeu 30,04% dos votos. Durante um evento realizado em um hotel de Buenos Aires, o argentino comemorou o resultado das primárias e dedicou sua vitória a Conan, Murray, Milton, Robert e Lucas: seus 5 cachorros da raça Mastim.
Os animais de estimação do economista chamam atenção por serem cães clonados de um cachorro do argentino, também chamado de Conan, que morreu em 2018. O argentino, que não é casado e nem tem filhos, afirma que tanto seu 1º animal quanto os atuais são “sua vida”. Ele considera Conan como um filho e os outros 4 como netos. Segundo reportagem do New York Times, Milei contratou a empresa norte-americana PerPETuate para a clonagem.
O 1º contato foi realizado em 2014 e, por US$ 1.200, o argentino enviou uma amostra do tecido de Conan. Depois da morte do animal em 2018, o economista contatou a empresa novamente, afirmando estar disposto a pagar US$ 50.000. O valor era o custo de um procedimento que garantiria pelo menos um clone, mas o procedimento resultou em 5. Dentre eles, os 4 cachorros (Murray, Milton, Robert e Lucas) foram batizados em homenagem a 3 economistas norte-americanos: Murray Rothbard, Milton Friedman e Robert Lucas.
Poder360