- 18/01/2025
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Padre e Secretários São Acusados de Corrupção em Fraudes de Doação de Alimentos, Afirma MP
O Ministério Público da Paraíba (MP-PB), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apresentou denúncia contra dois secretários estaduais e um padre acusados de integrarem um esquema de corrupção envolvendo o programa social “Prato Cheio”. A denúncia detalha irregularidades como pagamento de propina, uso de empresas fantasmas e falsificação de documentos.
Segundo o MP, os ex-secretários Tibério Limeira e Pollyanna Dutra teriam recebido propinas para aprovar contas do programa, que fornecia refeições a pessoas em situação de rua em cinco cidades da Paraíba. O padre Egídio de Carvalho, líder do Instituto São José (ISJ), teria coordenado as fraudes.
Acusações contra os envolvidos
De acordo com a denúncia, Tibério Limeira, à época secretário de Desenvolvimento Humano, recebeu R$ 50 mil em 2022, enquanto Pollyanna Dutra, sua sucessora, teria recebido R$ 70 mil em 2023. Os valores teriam sido pagos em espécie, registrados por uma tesoureira ligada ao padre.
O Gaeco afirma que o esquema utilizava empresas fantasmas, manipulação de contratos e notas fiscais fraudulentas para justificar gastos do programa financiado com recursos públicos. Além dos três, outras 13 pessoas foram denunciadas por participação no esquema, que teria desviado milhões entre 2021 e 2023.
Impacto e pedidos do Gaeco
Até sua suspensão, em novembro de 2023, o programa “Prato Cheio” distribuía cerca de 8 mil refeições diárias a populações vulneráveis. O Gaeco solicita à Justiça a reparação de R$ 20 milhões por danos morais, além da perda de cargos públicos e inelegibilidade por oito anos para os acusados.
O padre Egídio, que já responde a outras oito ações criminais, é acusado de fraudes que somam R$ 140 milhões. Ele está em prisão domiciliar desde 2023.
Defesa dos acusados
Pollyanna Dutra e Tibério Limeira negaram as acusações, afirmando que sempre agiram com ética em suas carreiras públicas. Ambos questionaram a validade das provas apresentadas pelo Gaeco. O advogado de Egídio, Luciano Santoro, classificou a denúncia como carente de suporte probatório e prometeu contestá-la judicialmente.
O governo do estado ainda não se pronunciou sobre o caso.
Uol Notícias