• 26/12/2024
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Policial Civil Acusado de Peculato é Demitido pela Terceira Vez pela Secretaria de Segurança Pública

Policial Civil Acusado de Peculato é Demitido pela Terceira Vez pela Secretaria de Segurança Pública

O escrivão da Polícia Civil de São Paulo, Fernando Contreras Siqueira, foi demitido pela terceira vez pela Secretaria de Segurança Pública, sob a gestão de Guilherme Derrite. Contreras, que atuava no 8º Distrito Policial, no Brás, está no centro de uma série de denúncias por peculato, crime que envolve a apropriação indevida de valores em benefício próprio. Segundo as investigações, ele desviava dinheiro apreendido de traficantes presos pela Polícia Militar.

Atualmente, o escrivão responde a 30 processos judiciais pelo mesmo crime. Em 2023, foi condenado a dois anos de prisão e recebeu outras seis sentenças de prestação de serviço comunitário, além de três penas para pagamento de multas. Contudo, essas dívidas não foram quitadas, pois as decisões judiciais concederam indulto ao policial.

Histórico de Demissões e Estratégia Administrativa

Contreras foi demitido pela primeira vez em setembro de 2023, em razão de um dos processos administrativos instaurados contra ele. A segunda demissão ocorreu em abril de 2024. De acordo com Derrite, a repetição das punições busca assegurar que, mesmo com possíveis reversões na Justiça, outra sanção esteja vigente, mantendo o escrivão fora das funções públicas.

Relatos de Corrupção no Cargo

Como escrivão, a responsabilidade de Contreras era registrar boletins de ocorrência e encaminhar os bens apreendidos, incluindo dinheiro, para o depósito judicial. Contudo, segundo um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado pela Corregedoria da Polícia Civil, ele frequentemente retinha as quantias em vez de seguir o trâmite legal.

Um caso registrado em outubro de 2023 expôs uma ocorrência de 2018, na qual o policial foi responsável por apreender R$ 137 em uma operação contra o tráfico. Apesar de ser responsável pelo depósito judicial, os valores nunca foram encaminhados ao banco indicado. Uma consulta do Banco do Brasil confirmou que a conta judicial para a guia de depósito sequer foi localizada, gerando desconfiança sobre a conduta do escrivão.

O órgão disciplinar também destacou a recorrência de infrações semelhantes, citando anotações funcionais de outras ocorrências contra Contreras. Nos últimos anos, os casos acumulados incluíram duas ações penais em 2020, 13 em 2021, nove em 2022, duas em 2023 e quatro em 2024.

A gravidade das denúncias reflete a postura rigorosa da administração em coibir desvios na conduta policial, especialmente em casos reincidentes. O secretário Derrite tem sido firme em reforçar a necessidade de transparência e responsabilidade no serviço público, visando restaurar a confiança da população nas instituições de segurança.

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