- 14/10/2022
- Sem Comentário
- 120
- 4 Minutos de Leitura
Promotoria de Santa Rita recebe capacitação sobre grupos reflexivos da Fundação Margarida Maria Alves
A Promotoria de Justiça de Santa Rita recebeu, nesta quinta-feira (13/10), a primeira capacitação do projeto “Repensar: Refletindo Coletivamente a Violência Doméstica e Familiar contra Mulheres”, da Fundação Margarida Maria Alves, sobre grupos reflexivos para homens envolvidos em situação de violência doméstica. Participaram do evento o promotor de Justiça Herbert Vitório Serafim de Carvalho; a ouvidora da Mulher do MPPB, promotora Dulcerita Alves; a equipe do Ministério Público e das Secretarias Municipais de Ação Social e da Mulher.
O promotor de Justiça Herbert Vitório Serafim de Carvalho informou que a capacitação é uma das medidas dos projetos “Refletir” e “Florescer Mulher”, que teve a adesão da Promotoria de Santa Rita. “Tivemos palestras com a equipe da Fundação Margarida Maria Alves bem como troca de experiências das atividades que estão sendo executadas por eles, como forma de mostrar um projeto bem-sucedido na área do combate à violência contra a mulher”, explicou o promotor Herbert Vitório Carvalho.
A ouvidora da Mulher, promotora de Justiça Dulcerita Alves (idealizadora dos projetos Refletir e Florescer), informou que, durante a capacitação, houve a divulgação dos dois projetos para que sejam multiplicados pelo Estado. Ela também apresentou a Ouvidoria da Mulher do MPPB e mostrou os canais de acesso ao órgão “Quanto mais pessoas souberem disso, quanto mais divulgarmos a Ouvidoria da Mulher, melhor será”.
Projeto Repensar
O projeto “Repensar: Refletindo Coletivamente a Violência Doméstica e Familiar contra Mulheres” foi um dos aprovados para receber recursos do Fundo de Direitos Difusos da Paraíba (FDD). A capacitação foi realizada pelas advogadas Tâmisa Rúbia e Ana Beatriz Eufrazino, pelo médico Eduardo Simon e pelo educador Ricardo Peixoto.
Tâmisa Rúbia explicou a metodologia empregada no projeto “Repensar: Refletindo Coletivamente a Violência Doméstica e Familiar contra Mulheres”. “Trabalhamos com a metodologia dos círculos reflexivos. Eles fazem parte de uma técnica que compõem a Teoria da Justiça Restaurativa, é uma tecnologia da psicologia aplicada à justiça restaurativa. É um processo de contação de histórias onde as pessoas compartilham sua subjetividade e, a partir daí, trabalhamos questões de gênero e de violência nesse formato circular”, explicitou.
Segundo a advogada Ana Beatriz Eufrazino, o projeto vem com a premissa de trabalhar a violência não apenas com as vítimas, mas também com os homens envolvidos em situação de violência doméstica na posição de ofensores. “Esse tipo de prática é essencial no enfrentamento à violência contra a mulher, por trabalhar a subjetividade daqueles que ofendem para isso parte de uma estrutura antes nas quais eles estão incluídos. Eles não vão combater se não tiverem esse conhecimento”.
As advogadas ressaltaram que o projeto vem obtendo resultados positivos. “Trabalhamos de forma educativa e transformadora para quebrar esse ciclo de violência. Conseguimos entender os processos de construção de subjetividade que permeiam a violência. É importante quebrar esses paradigmas violentos para conseguir um enfrentamento mais eficaz”, enfatizaram as advogadas.
O médico Eduardo Simon afirmou que o trabalho com os homens é focado na reflexão, capacidade de ouvir e poder falar sem ser julgado. “É um trabalho que estamos fazendo com a fundação que está dando frutos muito bons”.
Já o educador Ricardo Peixoto falou que vem sendo desenvolvido um trabalho na área da formação sensorial, práticas, vivências e reflexões sobre o tema. “O objetivo é o fortalecimento do ser humano de dentro para fora. Fazemos imersões psicológicas para encontrar pontos de trabalho no processo de conscientização e mudança”.