Bolsonaro Critica Operação da PF em Goiás e Alfineta Moraes: “Sempre Ele”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve em Goiânia na manhã deste domingo para acompanhar a votação do candidato à Prefeitura, Fred Rodrigues (PL). Em sua passagem pela zona sudoeste da capital goiana, Bolsonaro se posicionou contra a operação da Polícia Federal que investiga o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que também esteve presente no local. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, motivou críticas contundentes de Bolsonaro, que insinuou um viés eleitoral na ação.

“Essas ações já não colam mais, e, para variar, lá vem o mesmo ministro do Supremo. Sempre ele, sempre o mesmo,” disparou o ex-presidente, em referência a Moraes.

A investigação sobre Gayer apura suspeitas de desvio de verba parlamentar, usada supostamente para seu comitê político e para uma escola de inglês em Goiânia. Bolsonaro, no entanto, considerou a operação precipitada e questionou a imparcialidade das ações. “Só acontece com a direita; com a esquerda, nada,” criticou.

Ainda em clima de insatisfação com o pleito de 2022, em que foi derrotado por Lula (PT), Bolsonaro aproveitou a ocasião para criticar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando que o órgão agiu como “um partido político” ao restringir suas atividades. “Não pude fazer nada, nem live em casa. O TSE incentivou o jovem a tirar título, gastou uma fortuna e, no final, a maioria votou na esquerda. Esse foi o TSE”, afirmou, lembrando também a suspensão de sua conta no X (antigo Twitter) durante as eleições, uma medida ordenada por Moraes.

O ex-presidente deve acompanhar a apuração de votos ao lado do senador Wilder Morais (PL-GO), após cumprir agenda em outras cidades goianas, incluindo Aparecida de Goiânia e Anápolis, onde o partido também tem candidatos.

Divisão na Direita

Na corrida eleitoral em Goiás, Bolsonaro encontra-se em embate indireto com o governador Ronaldo Caiado (União), que lançou Sandro Mabel (União) na disputa pela capital. A aliança entre Caiado e Mabel é vista como uma tentativa de o governador fortalecer sua imagem para a eleição presidencial de 2026, irritando Bolsonaro, que vê na disputa local um reflexo das intenções de Caiado de ganhar espaço na direita.

Embora Bolsonaro tenha deixado a porta aberta para uma conversa com Caiado, ele não poupou críticas ao ex-aliado. “Caiadismo eu não conheço. Bolsonarismo é nacional; caiadismo, local,” provocou, sugerindo uma possível conversa após o fechamento das urnas.

Bolsonaro ainda aproveitou para criticar Pablo Marçal (PRTB), ex-candidato a prefeito em São Paulo, dizendo que “a máscara do Marçal caiu” em meio ao cenário político.

Com informações do Notícias Uol