- 29/10/2024
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Dólar Fecha em R$ 5,76, Maior Patamar desde 2021, e Ibovespa Cai após Declarações de Haddad
O dólar encerrou esta terça-feira (29/10) com uma valorização de 0,92%, fechando a R$ 5,76, o maior patamar em mais de três anos, desde março de 2021. A alta ocorre em meio a expectativas frustradas no mercado sobre o anúncio de cortes de gastos pelo governo, o que mantém o cenário fiscal sob tensão.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, sinalizou que haverá reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao longo da semana, mas afirmou não haver data para a apresentação de um pacote fiscal com reduções de despesas públicas. Em resposta a especulações de cortes entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões, Haddad foi taxativo: “Não sei de onde saíram essas projeções”, disse. Com isso, os investidores seguem cautelosos, diante da possibilidade de que a contenção de gastos esperada pelo mercado possa não se concretizar no curto prazo.
Nos últimos meses, o ministro havia sugerido a adoção de medidas para reduzir o déficit fiscal, um compromisso que, se cumprido, poderia liberar até R$ 60 bilhões, reforçando a confiança do mercado na condução econômica do governo.
Balança Comercial e Ibovespa em Queda
No cenário doméstico, o Ibovespa – principal índice da bolsa brasileira – fechou o dia em queda de 0,37%, atingindo 130.730 pontos. O movimento foi influenciado tanto pela instabilidade do mercado em relação ao pacote fiscal quanto por resultados abaixo do esperado na balança comercial brasileira, cuja performance frustrou o mercado.
De acordo com os dados de setembro, o déficit nas transações correntes do Brasil alcançou o equivalente a 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos 12 meses. Em contraste, o mesmo período de 2023 registrou superávit de 268 milhões de dólares, enquanto o superávit da balança comercial em setembro de 2024 foi de apenas US$ 4,81 bilhões, bem abaixo dos US$ 8,48 bilhões de setembro do ano passado.
Expectativa de Alta da Selic
Outro fator que pressiona o mercado é a expectativa de elevação da taxa básica de juros, a Selic. Segundo o Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), há 85,2% de probabilidade de que o Banco Central eleve a Selic para 11,25% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para os dias 5 e 6 de novembro. Esse possível ajuste é visto como uma resposta às pressões inflacionárias e à necessidade de manutenção da credibilidade monetária.
Influência das Eleições nos EUA
No cenário externo, as eleições americanas também adicionam tensão ao mercado financeiro brasileiro. A disputa entre a atual vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump permanece acirrada, com a possibilidade de ser decidida voto a voto. Essa indefinição nos Estados Unidos gera apreensão, dado o impacto que uma nova administração pode ter sobre a política econômica global.
Com informações do Metrópoles