- 28/01/2025
- Sem Comentário
- 4 Minutos de Leitura
Justiça Ordena Fiscalização Durante Greve de Motoristas de Ônibus em João Pessoa
A Justiça do Trabalho da Paraíba determinou que a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) fiscalize a circulação mínima de 60% da frota de ônibus durante a greve dos motoristas em João Pessoa. O movimento, iniciado nesta segunda-feira (27), tem gerado transtornos à população, com apenas 25,49% dos veículos em operação, segundo relatório divulgado pela Semob-JP.
Descumprimento da Ordem Judicial
A planilha da Semob-JP revelou que, entre 7h45 e 12h, a frota ativa esteve bem abaixo do percentual estipulado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-13). A presidente do TRT-13, desembargadora Herminegilda Leite Machado, conduziu uma reunião de conciliação entre representantes dos trabalhadores e das empresas de transporte, mas o encontro terminou sem acordo. Uma nova audiência foi marcada para quarta-feira (29), às 14h.
Para garantir o cumprimento da decisão judicial, a magistrada determinou que os ônibus em circulação sejam adesivados e fiscalizados pela Semob-JP.
Impasse Entre as Partes
O Sindicato dos Motoristas justificou a paralisação afirmando que os trabalhadores estão nas garagens, mas se recusam a sair para operar os veículos. Já o Sintur-JP, que representa as empresas, acusa o sindicato de desrespeitar a ordem judicial e lamenta a ausência de um acordo.
“Infelizmente, lamentamos o descumprimento da decisão judicial por parte do sindicato. Isso representa um desrespeito à Justiça e à população”, afirmou Isaac Júnior, presidente do Sintur-JP.
População Sofre com Longas Esperas
A paralisação afetou severamente o transporte público da capital. Na noite desta segunda-feira, passageiros relataram esperas superiores a uma hora nos pontos de ônibus.
Na Integração do Parque da Lagoa, no Centro, e em bairros como Manaíra e Alto do Mateus, a movimentação foi marcada por filas e incerteza. Muitos usuários buscaram alternativas como carros por aplicativo e transportes alternativos.
“Esperei mais de uma hora pela manhã e agora à noite é a mesma dificuldade”, desabafou um passageiro que depende do transporte coletivo para se locomover.
Reivindicações e Propostas
Os motoristas de ônibus pedem:
- Reajuste de 15% no piso salarial;
- Aumento de 81% no vale-alimentação;
- Elevação de 150% na gratificação;
- Inclusão de plano odontológico e de saúde;
- Fim das jornadas duplas de trabalho.
Na tentativa de acordo, as empresas ofereceram reajuste salarial de 5% e vale-alimentação de R$ 570, com um adicional de R$ 150 para motoristas que acumulam a função de cobrador. As propostas, entretanto, foram recusadas pelo sindicato dos trabalhadores.
Próximos Passos
Com a audiência marcada para quarta-feira (29), a expectativa é de que haja avanço nas negociações para minimizar os impactos da greve e atender parte das demandas dos trabalhadores.