• 04/06/2025
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Mãe espancada por filhos adolescentes em Olinda relata medo e sofrimento: “Temo por nossas vidas”

Mãe espancada por filhos adolescentes em Olinda relata medo e sofrimento: “Temo por nossas vidas”

“Eu amo muito meus filhos, mas tenho medo deles, pelos monstros que estão se tornando”. Esse é o desabafo de uma mãe que foi brutalmente agredida por dois filhos adolescentes, de 15 e 16 anos, no bairro de Águas Compridas, em Olinda (PE). O episódio, ocorrido no domingo (1º), foi registrado em vídeo pela própria vítima e por uma testemunha. A irmã dos jovens, de 19 anos, também foi atacada durante a confusão.

Os adolescentes foram apreendidos pela polícia, mas o trauma da violência permanece na família. Em entrevista ao *g1* nesta quarta-feira (4), a mãe revelou detalhes assustadores sobre as agressões e o contexto familiar que levaram à atual situação. Ela conta que o pai dos garotos presenciou tudo, filmando o ocorrido sem intervir para cessar a briga.

Agressão física e emocional

De acordo com o relato, a mulher descia uma ladeira acompanhada da filha mais velha quando os adolescentes iniciaram as agressões sem qualquer motivo aparente. “Eles chegaram já batendo. O pai estava filmando e rindo”, disse a mãe. Ela afirma ter recebido murros na cabeça e chutes, enquanto a filha foi pisoteada no rosto. Um genro da vítima precisou intervir para defender a jovem.

O vídeo que circula nas redes sociais mostra parte do ataque. Nele, é possível ver um adolescente sem camisa desferindo socos contra a irmã, enquanto outro, vestindo uma camisa vermelha, também agride a jovem. A mãe aparece em confronto verbal com os filhos, tentando conter a situação.

Relação conturbada há anos

A mãe explica que os problemas com os filhos começaram há cerca de seis anos, quando ela decidiu se separar do marido. Após a separação, a guarda dos adolescentes ficou com o pai, enquanto a filha mais velha – fruto de outro relacionamento – continuou morando com ela. Segundo a mulher, o ex-companheiro não aceitou o fim do casamento e passou a ameaçá-la e violentá-la.

“Ele queria um trisal e não suportou o divórcio. Foram 12 anos juntos, sendo sete de amor e cinco de sofrimento. Ele me batia dentro do quarto e me forçava a fazer sexo. Dizia que, se eu não obedecesse, mataria minha filha, que não é dele. Quando finalmente me libertei, comecei a namorar uma mulher, e ele ficou com ciúmes. Foi aí que virou um pesadelo”, relembra.

Sem condições financeiras para sustentar os filhos sozinha, a mulher cedeu a guarda ao pai. Atualmente, vive de favores de amigos e depende de ajuda até para pagar a pensão alimentícia estipulada judicialmente. Para piorar, ela acusa o ex-marido de alienação parental, alegando que ele transformou os meninos contra ela.

“Meus filhos não eram assim. Hoje, eu tenho medo deles. O pai arruinou o meu psicológico. O mais novo ia me visitar escondido, e, quando descobriu, ele [o pai] quebrou uma raquete nas costas do menino. Nunca consegui a guarda de volta porque moro de favor e sobrevivia do Bolsa Família, benefício que depois deixou de ser pago. As coisas só foram desandando”, desabafa.

Um pedido de socorro

Essa não foi a primeira vez que a mãe e a filha foram vítimas das agressões dos adolescentes. No entanto, o caso recente foi o mais grave até agora. “Foi a noite mais terrível da minha vida. O pensamento dos meus filhos não vai mais mudar, mas esse homem [o pai] precisa ser parado. Eu temo pela vida da minha filha e pela minha. Vão esperar nós aparecermos mortas na televisão para agir?”, questiona, visivelmente abalada.

Investigação e posicionamento oficial

A Polícia Civil confirmou que registrou a ocorrência por meio da 7ª Delegacia Seccional de Olinda. O caso está sendo investigado como “ato infracional análogo à lesão corporal por violência doméstica”. Já o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou que, em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não pode fornecer detalhes sobre o processo.

Enquanto isso, a mulher pede justiça e apoio, consciente de que sua história evidencia um ciclo de violência que parece não ter fim. “Não consigo mais me relacionar com ninguém. Minha vida virou um inferno”, conclui.

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