- 29/04/2025
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Prefeito de Pesqueira e vereadores viram réus em esquema milionário de corrupção

A Justiça aceitou denúncia contra o prefeito de Pesqueira, Cacique Marcos Xukuru (Republicanos), dois vereadores e outros dez investigados por integrarem uma suposta organização criminosa acusada de fraudar licitações e desviar mais de R$ 15,7 milhões dos cofres públicos entre 2021 e 2022. O grupo, que inclui empresários e servidores públicos, agora responde por crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e frustração do caráter competitivo de licitações.
De acordo com a decisão assinada pelo juiz Leon Elias Nogueira Barbosa, da Vara Criminal da Comarca de Pesqueira, os envolvidos têm dez dias para apresentar suas defesas antes do prosseguimento da ação penal. A denúncia é resultado da operação Pactum Amicis, deflagrada pela Polícia Civil no início deste mês, que levou ao afastamento temporário do prefeito por 30 dias. Em nota, a defesa de Marcos Xukuru negou qualquer envolvimento com as acusações.
O papel dos principais acusados
Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Cacique Marcos Xukuru, mesmo ocupando o cargo de secretário municipal na época dos fatos, agia como líder da organização criminosa, coordenando a cooperação entre os membros e direcionando decisões estratégicas. O vereador Sil Xukuru (PT), apontado como financiador da campanha do prefeito, teria recebido vantagens indevidas para facilitar a atuação do grupo.
Outro nome envolvido é o vereador Pastinha Xukuru (PP), então presidente da Câmara Municipal, acusado de apoiar politicamente o esquema em troca de benefícios financeiros. Ambos são descritos como peças-chave no funcionamento do esquema de corrupção.
Servidores públicos e empresários no radar
Entre os réus, também figuram servidores públicos como Adilson Ferreira, ex-presidente de comissões de licitação, acusado de usar seu cargo para obter vantagens ilícitas. Já Francisco Alves do Nascimento, engenheiro civil contratado pela prefeitura, teria atestado falsamente a regularidade de obras para liberar pagamentos às empresas envolvidas no esquema.
Adailton Susley Cintra Silva Taumaturgo, ex-secretário de Infraestrutura, é apontado como “braço direito” de José Janailson Cavalcanti, sócio-administrador das empresas Construtora Cavalcanti LTDA e Cavalcanti & Cavalcanti LTDA. Este último é acusado de oferecer quantias em dinheiro a funcionários públicos para retardar ou omitir procedimentos licitatórios.
Outros empresários citados incluem Rozelli Cícera de Souza, titular da RS Consultoria, Maria Janaína Cavalcanti, proprietária de uma empresa desinsetizadora, Paulo Antônio Paezinho de Araújo, da MGA Construtora, e José Washington Marques Cavalcanti, da DLG Construtora. Todos são acusados de facilitar fraudes e obter vantagens indevidas.
PM entre os réus
O tenente da Polícia Militar José Djailson Lopes da Silva, proprietário da Bernardo Tur, também foi denunciado por supostamente praticar atos ilícitos para favorecer a organização criminosa em contratações públicas.
A coluna Segurança tenta contato com as defesas dos envolvidos e mantém o espaço aberto para manifestações.