• 26/10/2024
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Relação Azeda: De Apoio ao Veto, Como Desmoronou a Aliança Lula-Maduro

Relação Azeda: De Apoio ao Veto, Como Desmoronou a Aliança Lula-Maduro

A relação entre Lula e Nicolás Maduro, que há pouco mais de um ano parecia ser de cumplicidade, se transformou em um cenário de tensão diplomática, culminando nesta semana com o veto brasileiro à entrada da Venezuela nos Brics. Esse último episódio representa o ápice de um desgaste que se arrasta desde o encontro de ambos em Brasília, quando Lula acolheu Maduro em maio de 2023, em um evento regional cercado de polêmicas.

Na época, Lula defendeu publicamente o regime chavista contra as críticas internacionais e descreveu as denúncias de violações de direitos humanos como “narrativas antidemocráticas”. A postura do líder brasileiro foi recebida com críticas internas e externas, mas para Maduro, o evento foi um marco histórico de apoio mútuo.

Acordo em Crise

Após o Acordo de Barbados, firmado por Maduro em 2023 prometendo eleições justas na Venezuela, começaram a surgir indícios de que o compromisso não seria cumprido. Entre os principais impasses, as dificuldades criadas pelo regime para a inscrição de um candidato de oposição acenderam um sinal de alerta no governo brasileiro, levando Lula a cobrar diretamente de Maduro o cumprimento do acordo.

Enquanto a pressão internacional aumentava, Maduro elevou o tom, sugerindo que uma derrota poderia desencadear “banho de sangue” e “guerra civil”. A reação de Lula foi marcada pela cautela, mas a resposta do líder chavista veio em tom de provocação: sugeriu que o presidente brasileiro tomasse um “chá de camomila”.

Brasil Condiciona Reconhecimento da Vitória de Maduro

Nas eleições presidenciais de julho de 2023, o resultado foi contestado internacionalmente devido à falta de transparência. Embora o Partido dos Trabalhadores tenha reconhecido a reeleição de Maduro, Lula adotou uma postura diplomática cautelosa, condicionando o reconhecimento formal do pleito à publicação das atas eleitorais, como forma de pressionar por um mínimo de transparência. A proposta de uma nova eleição, sugerida por Lula, foi prontamente rejeitada tanto por Maduro quanto pela oposição venezuelana, agravando ainda mais o clima de tensão.

O Veto no Brics e a Ruptura

A crise se intensificou na cúpula dos Brics, onde o Brasil impediu o ingresso da Venezuela no bloco, gerando uma nota oficial do Ministério das Relações Exteriores venezuelano comparando Lula a seu antecessor, Jair Bolsonaro, e acusando o Brasil de “agredir” a Venezuela de forma “imoral”. Em resposta, Lula manteve silêncio, enquanto analistas veem a situação como uma ruptura nas relações entre os países.

O analista político Vito Villar ressalta que “existe uma quebra clara e firme nas relações, que dificilmente será resolvida a curto prazo. Será necessário um esforço diplomático extenso, e um ambiente de boa vontade mútua, o que não se vislumbra no momento, a menos que ocorram mudanças significativas na postura da Venezuela”.

Com informações do Metrópoles

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